Um dos materiais construtivos mais consumidos em toda e qualquer obra é o concreto. Ele é matéria-prima obrigatória para pequenas médias ou grandes obras. Estima-se que são consumidas 11 bilhões de toneladas de concreto por ano, representando uma média de consumo de 1,9 tonelada de concreto por habitante/ano.

Assim, o concreto é um insumo fundamental para qualquer construção, desde estradas, pontes, casas, estacionamentos e prédios. E, por esta característica, certamente seu consumo traz grandes impactos para um orçamento. Por isso, é importante acompanhar o preço concreto, especialmente nestes meses finais de 2022 para que seja possível realizar um planejamento orçamentário, seja de uma grande obra ou de uma pequena reforma.

Projeção do setor de construção civil: como afeta o preço concreto?

No início do ano, a projeção para o setor da construção civil era de crescimento de 2%. Em abril, esta projeção aumentou para 2,5% e, em julho, voltou a crescer para 3,5%, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Segundo sondagem da indústria da construção, o setor encerrou o primeiro semestre com o maior patamar de atividades desde outubro de 2021, com 51,6 pontos. É importante pontuar que o nível 50 é o patamar que divide o crescimento e a retração.

Essa expectativa de crescimento é um bom sinal para o setor da construção civil, que passa por uma fase de recuperação após às consequências geradas pelo coronavírus na economia.

Porém, como esse aumento da procura por insumos, caso as empresas produtoras não façam um planejamento mais eficiente da sua produção, é possível que impacte com a escassez de matéria-prima e aumento de preços.

Preço concreto: principais perspectivas para o último semestre de 2022

Segundo o INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção – Disponibilidade Interna), apurado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), houve uma alta recorde de 32,92% no período de 12 meses encerrado em junho de 2022.

Os itens que mais subiram de preço no período foram tubos e conexões de ferro e aço (alta de 91,66% em 12 meses até junho de 2021); vergalhões e arames de aço ao carbono (78,35%); condutores elétricos (76,19%); tubos e conexões de PVC (64,91%); eletroduto de PVC (52,06%); esquadrias de alumínio (35,21%); tijolo/telha cerâmica (33,82%); compensados (30,47%); e cimento portland comum (27,62%). É importante lembrar que o cimento é uma das matérias-primas principais do concreto.

O concreto é uma mistura formada por cimento, água, agregados (areia e pedra) e, eventualmente, aditivos. No caso, o cimento e a água formam um composto que une os agregados quando endurecida. Inicialmente, o concreto encontra-se em estado plástico. Por isso, ele é extremamente flexível e pode ser moldado nas mais diversas formas e texturas, além de poder ser usado para as mais diversas finalidades.

E qual é a expectativa sobre o preço do cimento que, por sua vez, também afeta o preço concreto? Hoje o Brasil conta com 91 fábricas de cimento pertencentes a 22 grupos industriais, que estão distribuídas entre 80 municípios. Além dessas, há 11 unidades paradas, em função de redução de demanda.

A capacidade instalada do setor no país é de 94 milhões de toneladas/ano de cimento. E não há previsão de investimentos em ampliação, pois, segundo os representantes do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), todas as fábricas estão com capacidade ociosa.

É importante lembrar que muitas variáveis podem influenciar o preço concreto para o último trimestre de 2022. Dentre estes fatores, têm-se como os principais: os custos relacionados com a matéria-prima (sendo o cimento um dos maiores “vilões”) e o preço do transporte do concreto usinado.

Assim, há uma possibilidade de que o preço concreto para o último trimestre de 2022 aumente. Uma forma para tentar diminuir os impactos de um possível aumento é fazer pesquisas e solicitar orçamentos para encontrar o melhor preço dentre diversos fornecedores, especialmente centrais dosadoras de concreto (CDC).